O mercado náutico no Brasil, que faturou R$ 2 bilhões no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar) tem perspectiva de crescer 10% esse ano. Já há filas para a compra de iates de luxo e empresas estrangeiras passaram a construir suas embarcações no Brasil.
Para o presidente do Grupo Náutica, que realiza a Rio Boat Show e também a São Paulo Boat Show, Ernani Paciornik, a busca por embarcações vai além do mundo dos milionários. “Você pode começar comprando um barco de R$ 50 mil e depois vai pensando em adquirir um maior”, diz. Paciornik explica que o sucesso dos últimos anos é reflexo direto da pandemia e do isolamento social.
“As pessoas perceberam que o lazer é importante e viram nos barcos uma opção. É como uma casa de campo, mas o barco é uma ilha e te leva para qualquer lugar”, diz. O Brasil possui mais de sete mil quilômetros de litoral, isso sem falar nos rios e represas que também aceitam a presença de embarcações.
Paciornik diz que comprar um barco, seja um iate ou um modelo mais econômico é como ter “um segundo carro”. Algo possível para certa parcela da classe média. Há inclusive bancos que trabalham com financiamentos exclusivos para embarcações. Fabricantes internacionais, de olho na expansão do mercado brasileiro, têm trazido seus modelos ao País na chance de atrair compradores ou quem sabe até investidores, já que por aqui o mercado de aluguel de barcos também é atraente.
Encerrado no último dia 10, o Rio Boat Show 2022, maior evento do setor no Brasil, superou as expectativas e movimentou R$ 250 milhões. Mais de 170 embarcações foram vendidas, o que representa um crescimento de 15% em relação à edição anterior.
