Os fabricantes jé prevêem um melhora dos negócios. O otimismo traz uma perspectiva de crescimento acima de 10%. “Acreditamos que o momento é de recuperação, com o País tomando um novo rumo. Voltamos aos números de 2015, após 2016 e 2017 mais fracos. Já é uma evolução”, afirmou o proprietário da Mestra Boats, José Eduardo Cury. As informações são do portal do jornal Diário Comércio Indústria & Serviços – DCI (www.dci.com.br).
Um dos termômetros que confirma o cenário positivo é o aumento de produção e vendas divulgado por estaleiros nacionais e internacionais. Somente no último salão náutico brasileiro, o São Paulo Boat Show, em outubro de 2018, mais de 300 embarcações foram comercializadas, conforme informado pela organização do evento, o que tem refletido, por exemplo, na procura por vagas em marinas. A feira gerou cerca de R$ 155 milhões em vendas. Para o evento, os estaleiros levaram novidades que agradaram ao público brasileiro e facilitaram o pagamento, com opções de desconto e financiamento. Entre os expositores, ainda haviam jets, infláveis, acessórios e equipamentos para esportes náuticos.
Peter Hervog, dono da Alegra Náutica, em Manaus, informou ao jornal Amazonas em Tempo que a crise econômica afetou o setor nos últimos dois anos, prejudicando 50% das vendas. “A demanda caiu pela metade, fecharam muitas empresas”, disse.
“Pelo fato de nosso segmento não ser essencial, sofremos com a economia. Nesse ano, já estamos produzindo em ritmo normal e o Boat Show teve procura e negócios acima do esperado”, avalia Cury. A CEO da Intermarine, Roberta Ramalho, disse que o desempenho na feira é um bom termômetro para 2019. “Superou nossas expectativas, tudo que a gente preparou para o ano que vem se consolidou na feira.” Ela conta que a empresa cresceu mesmo na crise, especializando-se em barcos grandes. “São embarcações acima de 42 pés (cerca de 12 metros). Também focamos em desenvolvimento e inovação. Nosso faturamento cresceu 62% entre 2016 e 2018 e esperamos 59% em 2019.”
O CEO da Azimut, Davide Breviglieri, disse que a empresa também apostou em embarcações de tamanho maior. “Na nossa percepção, o segmento de barcos menores, de 30 a 40 pés, sofreu algumas retrações. Por isso, nossa escolha foi ficar acima desse patamar.” O executivo declara que a empresa prevê resultados positivos em seu plano de negócios de 2018 a 2021. “Vamos crescer acima dos 10% ano sobre ano. Iremos manter essa tendência de barcos maiores e de maior valor agregado.”
O diretor comercial da Sedna, Marçal Martins, disse que 2018 estava dentro das expectativas até o Boat Show. Ele projeta crescimento de 5% em relação a 2017 e explica que a maior demanda vem do segmento de iates de passeio. “Corresponde a cerca de 90% das vendas. Também trabalhamos com a linha de pesca e esportiva”, destaca. Já o gerente de marketing da Triton, Allan Cechelero, ainda vê o mercado em espera. “Esse ano ainda está truncado. Há demanda reprimida, muitos querem, mas estão segurando para investir, por não se tratar de um item de primeira necessidade.” Ele avalia que há um movimento de mudança, mas ainda lento. “Esperamos melhora para o ano que vem (2019), dependendo da economia.”
Veja a notícia completa do DCI –
https://www.dci.com.br/industria/mercado-nautico-inicia-retomada-no-pais-apos-dois-anos-decepcionantes-1.747908