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Estudo mostra influência do tempo em naufrágio no Rio Negro

Barco Princesa Laura naufragou sob chuva e ventos fortes, na Baía do Buiuçu, a parte mais largar do rio, próximo a Manaus, causando treze mortes.

A pesquisa ‘A meteorologia e a segurança da navegação fluvial na Amazônia’, dos meteorologistas João Paulo Nardin Tavares, Antônio José da Silva Souza, David Nogueira dos Santos e Lidiane Leão de Oliveira, da Universidade Federal do Pará, mostrou a influência do tempo no naufrágio do barco Princesa Laura, em 2006, no Rio Negro, entre Barcelos e Manaus.

Sob chuva e ventos fortes, o barco naufragou na Baía do Buiuçu, a parte mais largar do rio, causando treze mortes. Para estudar as condições meteorológicas, foram analisadas as imagens de satélite de uma plataforma de coleta de dados situada próxima ao local do naufrágio.

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Estudo mostrou a influência do tempo no naufrágio do barco Princesa Laura, em 2006, no Rio Negro (Reprodução)

As imagens de satélite mostraram numerosas nuvens Cumulunimbus na região, na hora do naufrágio, provocando o tempo severo com ventos fortes e ondas grandes, que atingiram a embarcação.
O trabalho mostra a importância da meteorologia para a seguran;ca da navegação fluvial na Amazônia, o principal meio de transporte na Região.

Chovia forte no momento do naufrágio e, segundo sobreviventes, durante a tempestade, uma forte rajada de vento fez a embarcação virar. A correnteza arrastou o barco por aproximadamente 500 metros.

No período de agosto a setembro, na Região, podem ocorrer tempestades com grande velocidade vertical dos ventos. Nesse período do ano, o contraste entre as temperaturas das massas de ar tropical e polar, que avança pelo sul do País através de frentes frias, provoca u aumento na instabilidade da atmosfera, além do forte aquecimento provocado pelo sol, mais próximo da linha do Equador (equinócio).

De acordo com os estudos, as imagens de satélites mostraram uma nuvem com topo muito brilhante cobrindo a região do naufrágio, e que persistiu por mais de 3 horas. A análise do modelo revelou que altos valores de água precipitável na região norte e convecção foram influenciados por pulsos da zona de convergência intertropical. Essas condições de tempo na região foram previstas com antecedência.

Os autores do estudo concluíram que a meteorologia tem que servir, acima de tudo, à sociedade. Um dos seus ramos para este fim é a meteorologia aplicada à navegação marítima e fluvial.

A meteorologia aplicada à navegação busca melhorar a segurança, fornecendo previsão de tempo, alertas de tempo severo, possibilidade de ocorrência de ventos e ondas fortes, tábua de marés, visibilidade horizontal. A navegação na Amazônia é sujeita a condições ambientais da região, mas nem por isso deve ser colocada como vítima dessas condições. O planejamento das viagens por parte dos comandantes será muito mais seguro se for concluída uma consulta à previsão do tempo na sua rota, assim como fazem os aeronavegantes.

A nuvem estudada provocou o tempo denunciado nas estações meteorológicas de superfície: chuva forte e rajadas de vento agitando as águas do Rio Negro o suficiente para fazer o barco adernar.

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