O texto de apresentação enviado pelo estaleiro Fishing Raptor compara a embarcação 410 Super Sport a um carro de Fórmula 1. Exageros à parte, trata-se da lancha mais rápida já produzida no Brasil, com velocidade máxima estimada em 130 km/h.
O desempenho é gerado por quatro motores a diesel da Cummins. Somados, rendem 1.600 hp de potência, que equivalem a 1.622 cv. Esse é o único ponto comparável ao automóvel de F1: o V6 usado na categoria rende por volta de 1.050 cv.
Com 12,5 metros de comprimento, a lancha foi projetada para acomodar até 16 passageiros. Há banheiro e cabine para pernoite no deck inferior, além de seis poltronas no cockpit do piloto.
A chegada do modelo ao mercado confirma o bom momento da indústria náutica nacional, que vai crescer 25% no Brasil em 2024 na comparação com 2023. O dado é da Acobar, associação que reúne os construtores de barcos.
Ainda de acordo com a associação, o segmento já faturou R$ 2,5 bilhões neste ano, com 4.500 barcos produzidos. O setor gera, aproximadamente, 150 mil empregos no país.
Embora sejam oferecidas como brinquedos de alto luxo, embarcações como a lancha produzida em Santa Catarina pela fabricante Fishing Raptor é usada também no turismo náutico.
De acordo com informações do Ministério do Turismo, além de o Brasil ter um litoral com 8.500 quilômetros de extensão, há 35 mil quilômetros de vias internas navegáveis.
O preço sugerido da lancha Fishing 410 Super Sport é de R$ 3 milhões, o que mostra uma escala de valores bem diferente da encontrada no mundo automotivo. É um universo em que um iate comercializado no país pode custar R$ 60 milhões, como o modelo Ferretti Yachts 1000.
O desafio dessa indústria é desenvolver alternativas com maior eficiência energética. O grupo italiano Azimut/Benetti, por exemplo, anunciou um investimento global de aproximadamente R$ 900 milhões para desenvolver tecnologias de menor impacto ambiental.
Um dos modelos mais recentes da empresa é o iate Seadeck 7, que promete redução de 40% nas emissões de CO2. Quando está parado —funcionando como uma casa sobre as águas—, a embarcação é alimentada pela energia acumulada por meio de painéis solares.